Interpretando anciões

Interpretar anciões é possivelmente a parte mais complicada de um jogo e, exceto que o jogo seja somente de anciões, é aconselhável que jogadores não interpretem anciões.

Não é apenas uma questão de saber interpretar o ancião, mas sim o fato de que anciões tendem a não ser muito jogáveis. Personagens mais novos geralmente participam de todas as missões e se preocupam com todas as coisas. Anciões, pela experiência e pelo poder adquirido, tendem a se preocupar com poucas coisas, e a fazer apenas aquelas coisas que darão resultado, mas apenas após um longo tempo.

Um pensamento simples é:
Se um ancião não sai de casa e ninguém vai até a casa dele, como o jogador irá jogar com tal personagem?

Na verdade, esse não é um problema exclusivo dos anciões. Qualquer personagem que seja isolado ou poderoso demais passará por tais problemas... estes apenas são altamente comuns nos anciões.

Fora isso é importante lembrar que os primeiros anos são os mais importantes na vida de uma pessoa. Se o personagem tem 100 anos, os seus primeiros 20 anos são os mais importantes para formar sua personalidade perante o jogo. Se o personagem tem 1000 anos, os primeiros 200 são os mais importantes, mas lembrando que esses primeiros 200 anos já foram afetados pelos seus primeiros 40. Complicado, não?

Onde quero chegar com isso?
Bem, eu já vi muitos jogadores e até mestres dizerem que os anciões respeitam as mulheres, por que já aprenderam os valores que elas tem.
Bem, eu devo dizer que os anciões possivelmente não são de brigar com ninguém, pois quem briga demais, especialmente em brigas mortais, alguma hora acabará morrendo. Porém, anciões geralmente nasceram em épocas nas quais mulheres não eram muito respeitadas e tem uma visão bem fechada de como uma mulher deve se comportar. Uma mulher que luta? Absurdo. O ancião talvez se auto-considerará de cabeça aberta por não queimá-la viva.

Na verdade, todos os preconceitos são vistos como errados nesta época. Anciões não são desta época, e geralmente consideram que esta é uma época deturpada. Se aceitam mulheres, negros e até homossexuais, o fazem por que estão tentando se adaptar, não por que realmente os respeitem. Isso é algo muito importante, pois geralmente as pessoas mantém suas tradições, mesmo que não se dêem conta de que o fazem.

Bem, espero que por enquanto isto ajude.

Ao falar dos anciãos talvez eu tenha passado uma imagem errada, de que eles simplesmente não respeitam mulheres, então decidi corrigir e também explicar um pouco das mulheres.

Não vou dizer que em todas as culturas era igual, mas é comum simplesmente demonstrar que no passado os vampiros eram nobres, ricos e carismáticos. Bem, ao menos no que diz respeito aos nobres, os homens eram educados e tratavam muito bem as mulheres. A questão aqui é "como" se acredita que a mulher deve se portar.

Mulheres deveriam ser puras, delicadas e extremamente educadas. No caso das vampiras, é comum que as anciãs ainda sejam mulheres extremamente educadas e, ao menos em aparência e atitudes, delicadas. Infelizmente, o que não mantém muito padrão é a questão de independência das mesmas.
Vampiros, por natureza, são mais individualistas que os humanos. Por cultura, porém, as mulheres costumavam ser secundárias ao marido. Neste caso, é comum que as anciãs acabem se "casando" com vampiros mais poderosos, porém, as que se mantém independentes, muitas vezes mantém o respeito por uma questão de poder, não de respeito real.

Anciãs mais novas que outros anciões, se não se comportarem como mulheres delicadas e não estão casadas, geralmente acabam sendo tratadas como pessoas de segunda categoria.
Este fato, apesar de um tanto revoltante para algumas pessoas, especialmente as mais novas, é muitas vezes incentivado pelas próprias mulheres que, mesmo sendo vampiras, ainda sabem que mulheres devem se portar como tal. Se homens lutam, mulheres devem usar palavras afiadas para defender-se, sem perder a pose.

Puxa, achei que ninguém iria responder aqui. hehe

Mas bem, a idéia não é "se um ancião pode mudar de conceito". Cada personagem é único, e nada impede que os conceitos mudem.
Mas, como eu coloquei, os primeiros 20 anos são os mais importantes na vida de um humano. Os primeiros 200 anos serão os mais importantes na vida de um ancião com 1000 anos e assim por diante. Basicamente, os "20%" iniciais tem naturalmente mais peso que todo o resto que vem depois, pois o que vem depois é sempre "pré-julgado" pelo próprio conhecimento do ancião.

Além disso é importante notar que em uma sociedade bem estabelecida, não basta o ancião querer mudar, ele também está preso as opiniões dos outros, especialmente se os outros também forem anciões, mesmo que não sejam tão velhos quanto ele. E esse sim é o ponto fundamental.